A enganação do óleo de coco
Mas uma vez a polêmica do óleo de coco está nas redes! A mídia sensacionalista pega a informação que vai gerar cliques e, quiçá, beneficiar as grandes industrias que escravizam pessoa e detonam a natureza.
Vamos esclarecer os fatos, a manchete do Globo faz menção a revisão da Associação Americana de Cardiologia (AHA) publicou em seu periódico Circulation, que nem era sobre o óleo de coco, mas de TODOS os tipos de gordura e, como sempre, a AHA recomenda o uso das gorduras monoinsaturadas (canola, azeite...) e poliinsaturadas (milho, girassol, soja...) e se posiciona contra o uso de gorduras saturadas (manteiga, gordura animal, Óleo de coco...).
NÃO SE TRATA DE UM NOVO ESTUDO ou EXPERIMENTO, mas sim um revisão narrativa, ou seja, os autores partem da conclusão anterior “ que gordura saturada faz mal”, selecionam alguns poucos artigos que comprovam sua visão e ignoram tantos outros (que mencionarei logo mais) de maior impacto cientifico.
A menção do óleo de coco é em um único paragrafo das 25 paginas do artigo, sendo citado apenas salientando que coco era uma gordura saturada e, no raciocínio dos autores, se é saturado, é ruim. Mas nunca houve um ensaio clínico randomizado com óleo de coco e desfechos duros, concretos. Isso não mudou. Não há NADA de novo, do ponto de vista científico sobre óleo de coco.
Mas como argumentar contra esse fato que gordura saturada não causa problemas cardíacos? … Talvez apresentando uma pequena lista de evidências do tipo 1 (grau máximo, diferentes dos estudos observacionais citados pelas “entidades oficiais”) que comprovam a TOTAL FALTA DE ASSOCIAÇÃO entre gorduras saturadas e problemas cardíacos.
Gente não sou eu quem está dizendo. Mas sim a ciência em seu grau mais conclusivo, sua mais alta evidencia, estudos superiores não há.
Inclusive o maior, mais importante e mais caro ensaio clinico randomizado pesquisado em relação a dieta. Apenas 48.835 mulheres de diferentes etnias de 50 a 79 anos foram avaliadas durante uma média de 8,1 anos, e concluem que a intervenção dietética de reduzir a ingestão total de gordura e o aumentar da ingestão de vegetais, frutas e grãos não reduziu significativamente o risco de doença coronariana, acidente vascular cerebral ou DCV em mulheres pós-menopáusicas e conseguiu apenas efeitos modestos sobre fatores de risco de DCV. O estudo sugere , portanto que intervenções mais específicas de dieta e estilo de vida podem ser necessárias para melhorar os fatores de risco e reduzir o risco de DCV (estudo aqui)
Outro estudo pela British Heart Foundation (Annals of Internal Medicine - IF: 17) fez uma revisão com 27 estudos clínicos randomizados em 2014 e concluiu o contrário: As evidências atuais não suportam claramente as diretrizes cardiovasculares que estimulam o alto consumo de ácidos graxos poliinsaturados e o baixo consumo de gorduras saturadas.
Agora uma meta analise (mais alto grau de evidencia cientifica) no British Medical Journal com o objetivo de revisar sistematicamente as associações entre a ingestão de gorduras saturadas e gorduras trans insaturadas e todas as causas de mortalidade, doenças cardiovasculares (DCV) e mortalidade associada, doença cardíaca coronária (CHD) e mortalidade associada, AVC isquêmico e diabetes tipo 2. Concluem que as gorduras saturadas não estão associadas a mortalidade por causa, CVD, CHD, AVC isquêmico ou diabetes tipo 2, mas a evidência é heterogênea com limitações metodológicas. AS GORDURAS TRANS SÃO ASSOCIADAS A MORTALIDADE POR CAUSA, MORTALIDADE TOTAL DE CHD E CHD, PROVAVELMENTE DEVIDO A MAIORES NÍVEIS DE INGESTÃO DE GORDURAS TRANS INDUSTRIAIS DO QUE AS GORDURAS TRANS DOS RUMINANTES. As diretrizes dietéticas devem considerar cuidadosamente os efeitos sobre a saúde das recomendações para macronutrientes alternativos para substituir gorduras trans e gorduras saturadas
Também no British Medical Journal uma meta análise e revisão sistemática avaliou as atuais recomendações para de dieta rica em gorduras poliinsaturadas e restrita em gordura saturada na saúde cardíaca. Concluindo que a evidência disponível de ensaios controlados aleatórios mostra que a substituição de gorduras saturadas na dieta com ácido linoleico efetivamente reduz o colesterol no soro, mas não suporta a hipótese de que isso se traduz em um menor risco de morte por doença cardíaca coronária ou todas as causas. As conclusões do Minnesota Coronary Experiment aumentam a evidência crescente de que a publicação incompleta contribuiu para a superestimação dos benefícios da substituição de gorduras saturadas por óleos vegetais ricos em ácido linoleico. http://www.bmj.com/content/bmj/353/bmj.i1246.full.pdf
Outro artigo conclui que “Substituting LA in place of SFA increased all-cause, CVD and CHD mortality. Advice to increase LA or unspecified PUFAs merits reconsideration” ou seja a substituição por gorduras plinsaturadas do tipo ômega 6 AUMENTOU a mortalidade por todas as causas, também doenças coronarianas cardíacas e cardiovasculares. A recomendação para aumentar acido linoleico e gordura poliinsaturadas não especificas devem ser revistas. Para acesso ao artigo clique aqui.
Vale ressaltar que nessa revisão narrativa há um TRECHO MAIS POLÊMICO QUE NÃO FOI CITADO PELA MÍDIA LEIGA, A AHA NÃO RECOMENDA TROCAR GORDURA SATURADO POR CARBOIDRATOS SIMPLES, PARA ELES TÊM O MESMO RISCO... nessa discussão a revisão gastou 3 páginas inteiras
A mídia leiga pegou uma informação que queria do estudo e viralizou a notícia... Parece uma doença esse "terrorismo nutricional" fico com pena das pessoas, o óleo de coco dentro de um programa nutricional equilibrado individualizado, assim como, a manteiga e as gorduras animais não trarão malefícios para ninguém. Se você é doente tem uma condição específica, procure a orientação do seu nutricionista.
Se você quiser outras referencias segue esse link aqui com varias referencias em relação a gorduras satiuradas causarem problemas cardíacos.
CONHECIMENTO É PODER E LIBERTA!
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